ESCREVER SEM PENSAR NO QUÊ





Procuro respostas inacabadas a questionamentos internos que se amontoam em meio a um turbilhão infinito de emoções constantes, cortantes e apaixonantes.



terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Recôndito


Raspei com a colher aquele restinho que ainda adoçava minha imaginação e me alimentava de sonhos de anteontem.
[E essa intensidade que leva para bem fundo e sangra];

O que é que tem, eu sempre cavei para buscar aquela resposta ainda oculta. [Tinham me prometido que o tempo traria ela pra mim...];

Sensação estranha, de presente tão esperado que me recuso a desfazer o laço. [Sei que depois ele não fica bonitinho, como haviam embrulhado];

Nada como decorrências de um encontro certa vez camuflado, ainda (e sempre?) machucado.
[Justo nesse momento em que tenho todos os motivos do mundo para não querer encará-lo];

Cansam-me buracos internos não compreendidos, empurrados para debaixo do tapete como se desaparecessem de dentro do íntimo.
[Sempre digo que uma hora o vento passa e a poeira dá alergia e derruba];

É por isso que eu pego a colher e raspo qualquer vestígio de sentimentos adormecidos.
[Uma sensação violenta, como uma paixão avassaladora que atravessa derrubando tudo];

Depois levanto mais leve, serena, e mesmo sozinha, é como se todos morassem dentro de mim.
[Tudo é uma questão de limpar a casa para arrumar o terreno].

Só queria um relógio que andasse mais rápido, ou uma nave que me levasse até o próximo verão.
[Por enquanto varro o restinho da sujeira que restou...].

Frase do dia: Cuidado com o que desejas!!

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