ESCREVER SEM PENSAR NO QUÊ





Procuro respostas inacabadas a questionamentos internos que se amontoam em meio a um turbilhão infinito de emoções constantes, cortantes e apaixonantes.



sexta-feira, 14 de março de 2008

(Re)encontro



Durante muito tempo resisti ao brilho desses olhos azuis reluzindo em busca de um cuidar duplo. Você nem se importava em se doar mais em um momento de reconstrução de uma barca aos pedaços que lutava para não afundar na imensidão desse mar de certezas valorizadas pela crença do ‘ser quem realmente é’. Achei tão bonito. Foi aí que baixei a guarda. A negativa escondida em um querer medroso, transformou-se em um positivo encontro de lábios aliviados pela troca fecundada tempos atrás.

Havia consciência de que aquele beco tornara-se cada vez mais apertado com o passar das horas. Em certa ocasião, estaria impossibilitada de tapar os ouvidos. Sabia disso. A qualquer momento escutaria sim aquela voz transbordando o que ontem estava esmagado por responsabilidades abstrusa, complexa. Por mais que relutasse, fui. Sentei-me diante do que sabia que poderia vir e, entre sushis e sashimis, contei-lhe as mais profundas transformações advinda de um momento decisivo, doído, maduro. Temos essa empatia segura do não-julgamento juvenil, do respeito por essências verdadeiras repletas de crenças da capacidade do construir com base no mais puro e salvador dos sentimentos: o amor.

Sabe onde você me ganhou? Foi quando a falta de ar certa vez asfixiada por um ‘não tá na hora’ traduziu-se em formato de águas salgadas inundando essa imensidão profunda do seu olhar azulado. Não escorreu, mas eu vi. Não sei se você percebeu, mas mergulhei sem bóias nesse seu discurso adentro e hoje anseio por ondas tranqüilas e contínuas que não me dêem um caldo e nem me arrastem de bunda até a areia. Que não roubem minhas forças e me impossibilitem de levantar do chão, caso o tombo aconteça, e seja dolorido.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais parece ser um desabafo, uma verdadeira declaração de amor, de entrega!!!